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Baratas inspiram investigadores no desenvolvimento de robô de busca e salvamento

Sim, leu bem, baratas! Aqueles insectos repugnantes que criam fobias a muita gente e que lhes associamos os piores adjectivos possíveis. Mas desta vez, graças a estes investigadores, podemos olhar de forma diferente para estes pequenos insectos.

Kaushik Jayaram e Robert Full, investigadores do departamento de Biologia Integrada da Universidade da Califórnia, elaboraram o estudo “Baratas atravessam fendas, rastejam rapidamente em espaços minúsculos e inspiram robô macio e com patas” (título original: Cockroaches traverse crevices, crawl rapidly in confined spaces, and inspire a soft, legged robot). O nome extenso da pesquisa já permite adivinhar razoavelmente no que consiste.

Os investigadores construíram um pequeno robô de busca e salvamento, inspirado pela forma como as baratas (Periplaneta americana) se deslocam e na sua habilidade de se encolherem para atravessarem pequenos orifícios. CRAM (compressible robot with articulated mechanisms), assim se chama o robô, terá a função e a capacidade de se mover por entre escombros na procura de sobreviventes, no caso de um desastre natural ou bombardeamento.

O protótipo de pequenas dimensões foi construído usando uma técnica similar à moldagem de um origami, conseguindo re-orientar as patas e comprimir o corpo exactamente como uma barata.

Ao repórter da Reuters, Robert Full disse que apesar de as baratas serem um dos insectos mais repugnantes que existem na natureza, elas ensinam-nos muito sobre princípios de design. As baratas e não só, pois “a natureza é como uma livraria de ideia de design, e as descobertas mais importantes, vêm das criaturas mais inesperadas”.

Durante o estudo, os investigadores puderam observar as baratas a atravessarem pequenas fendas em menos de um segundo, fendas essas que eram mais pequenas que um quarto  do seu peso. Como? As baratas conseguem comprimir os exoesqueletos articulados para metade do tamanho normal, e uma vez dentro da fenda, elas movem-se a quase 20 medidas do seu corpo por segundo, com as suas patas completamente abertas de lado. Comparativamente ao tamanho médio de uma pessoa, seria como “andar” a cerca de 113 km por hora.

Observaram também que as baratas conseguem comprimir os seus corpos para passarem por fendas minúsculas. Conseguem passar de 13 mm quando circulam livremente, para 2,5 mm.

O protótipo de pequenas dimensões foi construído usando uma técnica similar à moldagem de um origami, conseguindo re-orientar as patas e comprimir o corpo exactamente como uma barata.

António Sousa

António Sousa, técnico de redes e sistemas informáticos e fundador do Tech em Português! Sou um amante das novas tecnologias e um aventureiro dessa grande "auto-estrada" que é a internet!