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Projecto Natick – O plano da Microsoft para colocar data centers no fundo do mar

O Projecto Natick parece louco, mas a Microsoft pergunta “50% de nós vive junto da costa. Porque não, os nossos dados?“. O projecto tem por objectivo determinar a viabilidade dos data centers submarinos, procurando perceber os benefícios e dificuldades da implantação de data centers debaixo dos oceanos a nível mundial.

O Natick começou em 2013, pelas mãos de um colaborador da Microsoft que tinha servido na Marinha, quando este elaborou um artigo sobre a possibilidade de colocar computadores ou mesmo data centers debaixo de água. Em 2014 Norm Whitaker interessou-se pela ideia e reuniu uma equipa para a desenvolver. E assim começou mais um projecto Microsoft aliciante.

Leona Philpot

Inicialmente, construíram um protótipo de uma embarcação que baptizaram de Leona Philpot, e colocaram-na no fundo do mar, a cerca de um quilómetro da costa do Pacífico nos Estados Unidos, desde Agosto a Novembro de 2015.

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Qual o objectivo do Projecto Natick?

A computação em nuvem é mais actual que nunca, e a sua relevância continua a notar-se, tanto como um motor de crescimento económico como um consumidor de recursos globais. Por isso, o Projecto Natick está empenhado em desenvolver uma nuvem futura, que melhore os serviços para os utilizadores que residem junto às linhas de costa, antecipando que o futuro requererá que os locais de armazenamento de dados estejam mais junto dos utilizadores.

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Benefícios para os utilizadores

  • Permite uma resposta rápida às necessidades do mercado;
  • Aumenta a resposta do servidor/ data centers, pois diminuindo a distância entre utilizadores e o local de armazenamento da informação, aumenta a capacidade de resposta.

Impacto no meio ambiente?

A equipa pretende criar um data center amigo do ambiente, e por isso a visão que têm é que o data center seja construído com materiais reciclados e que no final da sua vida útil, esses materiais sejam novamente reciclados. Colocá-lo a trabalhar com energias renováveis é idealmente a melhor opção, pois não se produz desperdício, nem são emitidos quaisquer poluentes. Além do mais, os data centers Natick não consomem água no sistema de arrefecimento, pois já não necessitam arrefecer!

A equipa informa também que durante a implantação da embarcação Leona Philpot, não existiu interferência na vida marinha das redondezas.

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A equipa do Natick Project: Eric Peterson, Spencer Fowers, Norm Whitaker, Ben Cutler, Jeff Krame.

Alimentação e conexão com a rede

Durante a implantação e nos seguintes meses de monitorização, a embarcação Leona Philpot foi alimentada por uma rede eléctrica em terra, mas a equipa pretende que no futuro se possa usar uma fonte de energia renovável marinha, como os ventos do alto mar, as ondas, as marés ou as correntes. A conexão entre o data center e a rede foi feita por intermédio de um cabo para terra, e depois para a Internet.

Vida útil

A vida útil de um Natick data center é estimada em 5 anos, porque 5 anos, é a vida útil estimada para os computadores que fazem parte do mesmo. Assim, a cada 5 anos, o data center será retirado do fundo do mar, equipado com novos computadores e re-implantado. O objectivo é que o Natick data center se mantenha por 20 anos debaixo de água, e quando se tornar obsoleto será retirado e os seus componentes reciclados.

[Fonte imagens e vídeo: Microsoft]

António Sousa

António Sousa, técnico de redes e sistemas informáticos e fundador do Tech em Português! Sou um amante das novas tecnologias e um aventureiro dessa grande "auto-estrada" que é a internet!