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Universidades, cadeiras e… “encher chouriços”?

Estamos perante um artigo que poderá conter um tipo de conteúdo bastante controverso. O nosso objetivo é tentar perceber em conjunto com os leitores, algumas cadeiras que são lecionadas nas universidades e tentar perceber qual o real contexto das mesmas! Será que nas nossas universidades existem conteúdos que servem só (tal como diz o povo) “encher chouriços”?

Universidades, cadeiras e… “encher chouriços”?

As propinas nas universidades portuguesas estão caras, a vida está dificil, principalmente para quem decide estudar na capital portuguesa onde os quartos chegam a valores astronómicos. Hoje em dia já não chega um ordenado minimo para manter um filho na universidade e, o que é importante constatar é que muitas das vezes ouvimos os estudantes dizer: “Afinal para que ando a estudar isto se nunca vou usar?”

Vou ser sincero, como opinião pessoal, tive e dei imensa matéria nos meus estudos que hoje em dia nem me recordo. Ocupou-me horas de estudo, tirou-me horas de sono. Para que? Não vou entrar ao pormenor nem indicar nomes de cadeiras pois possivelmente teremos muitos leitores que podem lecionar ou gostar das matérias das mesmas. Mas será mesmo um mito que existam cadeiras que só servem para ocupar tempo aos estudantes e para parecer que o curso é bastante completo?

Individualizando uma pequena questão de um exame que eu fiz, de licenciatura:

Indique o nome de dois processadores que a INTEL produziu de 8 bits

Perdoem-me se a pergunta não é bem assim. Mas era algo muito idêntico. Saber a história é muito bonita, enriquece e nunca é demais obter cultura geral. Mas será esta a pergunta indicada para um exame de Engenharia Informática, sem consulta, para se obter o grau de licenciado? Saber o nome de dois processadores de 8 bits? Eu faço uma pesquisa e obtenho logo como resposta o seguinte:

Era uma resposta fácil não era? Bastava só não confundir nomes, letras, e os restantes processadores de 16 bits, 32 bits e 64 bits… Afinal de contas, eram só dois.

Mas sabem o que é mais importante de resumir nesta história toda (e quero reafirmar que gostei de saber a história e outros pormenores deste conteúdo)? É que metade da turma, no meu ano, chumbou à cadeira por causa da componente teórica. Já não bastava a parte prática ser uma dor de cabeça total, mais as outras cadeiras todas (igualmente com componentes práticas e teóricas) e ainda mais os trabalhos práticos.

Concluindo. Terminei o meu curso, fiz bastantes entrevistas, e nenhuma delas me questionou acerca da história dos processadores. Mais incrivel, nenhuma delas se importa de facto com a história dos processadores. Mas ainda mais espantoso, é ter ouvido da boca de um dos professores o seguinte:

Voces pagam propinas, a universidade tem de vos dar conteúdo. E seja útil ou não, nós somos pagos para o lecionar

A minha questão final é, será que realmente pagamos para aprendermos o que não serve para nada?

Não acredito nisso, pois sei que o que aprendi enriqueceu-me e deu-me cultura sobre o assunto, mas terá sido justo ver os meus colegas chumbarem por não saberem informação que encontram com uma simples pesquisa? E apenas destaquei um pequeno exemplo, de entre muitos outros e de muitas matérias que, de tantas outras que deveriam ser lecionadas e que realmente seriam úteis, dizem não existir tempo… pudera….

António Sousa

António Sousa, técnico de redes e sistemas informáticos e fundador do Tech em Português! Sou um amante das novas tecnologias e um aventureiro dessa grande "auto-estrada" que é a internet!